Durante as discussões sobre a diversidade
e de como o Yoga e a educação estão unidos na tarefa de ampliar as capacidades
e superar as dificuldades na sala de aula, compreendi que a escola precisa
encontrar caminhos que reconheçam os saberes e fazeres das crianças. Reconhecer
cada um na sua individualidade e também como parte de um grupo. E nesse aspecto
é imprescindível agir com cautela, amor e conhecimento.
Ao iniciar a leitura do livro de Micheline
Flak - Yoga na Educação - Integrando corpo e mente na sala de aula, uma fala de
Swami Sivananda nos diz " Yoga
é um sistema integral de educação, não apenas do corpo e da mente ou do
intelecto. O Yoga educa e desenvolve a pessoa inteira - a cabeça, o corpo e o
coração." E
foi a partir dessa busca na minha prática com as crianças, desenvolvendo
atividades de Leitura, Escrita, Matemática, Ciências... no dia-a-dia que eu
percebia a importância do Yoga como um elo nessa união entre o corpo, o
convívio e a linguagem.
O curso do RYE fundamentou a minha
concepção de que o Yoga na escola pode ser entendido nos tempos atuais como uma
tecnologia milenar que nos orienta, pois proporciona situações de viver
junto, consciência corporal, desenvolvimento da criatividade e nesse aspecto o
corpo e o mental implicados na aprendizagem. Patanjali nos diz que o corpo e o
mental são manifestações de uma energia que vai do denso ao sutil. " O desbravamento de nossas
potencialidades se faz por etapas cuidadosamente programadas. A trajetória nos
leva de maneira imperceptível mas segura, de fora para dentro, da mesma forma
que a espiral do caracol" ( Yoga
na Educação pág 19).
E ainda discorrendo sobre os sentidos um dos textos do curso
afirma : "Os sentidos humanos estão ligados a determinados
receptores sensoriais, altamente especializados, capazes de capturar estímulos
diversos. Tais receptores são formados por células nervosas capazes
de converter esses estímulos em impulsos elétricos que serão processados
em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida
uma resposta (voluntária ou involuntária)" Portanto educar os sentidos das
crianças é algo de suma importância para a aprendizagem. O Yoga desenvolve
tanto a percepção de si como do outro e, assim, entendemos o corpo como uma
unidade que compreende também a mente e o coração. Micheline Flak nos diz: “A
sensorialidade também tem um importante papel no Yoga. Ora, é pela
sensorialidade que o mental se constrói".
Numa entrevista dada à revista Santé Yoga*
Micheline nos fala da importância de aprender com todo o corpo e o quanto é
essencial movimentar-se, pois isso é viver. Ao finalizar a entrevista, acredito
que ela resume as idéias e o trabalho que envolve Yoga e Educação quando afirma:
"Tomar consciência de seu corpo, de suas sensações, de suas emoções, é
despertar a criança para o mundo interior, permitir que ela desenvolva sua
criatividade e, talvez permitir que ela acesse algo de ordem espiritual"
* Artigo de Laurence
Pinsard na Revista Santé Yoga no 102,
janeiro 2010
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